terça-feira, 8 de maio de 2012

OS “ESPOLIADOS” DO ULTRAMAR PORTUGUÊS

DESENTERRANDO...



Manuel Abrantes - Lisboa
Os portugueses, ex-residentes no antigo Ultramar Português, continuam à espera de indemnizações por bens perdidos, em particular os que em 1974 e 1975 foram entregues à guarda dos consulados e embaixadas portuguesas.

Uma situação vergonhosa para todos nós. Os consulados e embaixadas portuguesa nunca restituíram os bens que lhe foram confiados pelos ex-residente no Ultramar Português.

Os 'espoliados' do Ultramar entregaram em 1994 uma petição na AR, com mais de cinco mil assinaturas, que só foi debatida dez anos depois, na qual reivindicavam ao Estado português as indemnizações devidas pelo processo de descolonização ao Estado. Na altura, em 2004, no final do Governo de Durão Barroso, o então ministro dos Assuntos Parlamentares, Marques Mendes, anunciou a criação de um grupo de trabalho interministerial - que seria composto pelos ministérios das Finanças, Negócios Estrangeiros e Segurança Social e Trabalho- que, no prazo de um ano, iria "estudar e propor soluções" para os problemas dos portugueses que residiram no antigo Ultramar Português.

Contudo, e até ao momento, é o silêncio total.
A situação dos “espoliados” do nosso Ultramar é uma vergonha para todos nós. È uma autentica chaga na nossa História.

È uma vergonha!!!!

E mais: - Não sou “espoliado” nem sequer tenho ninguém na minha família que o fosse. Mas – como Português –, tenho vergonha desta situação.
De que estão à espera?      Eu sei!
Que acabem por morrer (fruto da idade) todos os que sentiram na pele a “exemplar” descolonização?
Tenham vergonha senhores da política.
Até os 55 portugueses residentes no antigo Zaire, no ano passado, já receberam compensação financeira da República Democrática do Congo por terem perdido património e outros bens na sequência das nacionalizações e expropriações promovidas pelo regime de Mobutu Sese Seko na década de 70.
Os milhares ( cerca de um milhão) de ex-residentes no Ultramar nada tem e , pelo andar da carruagem, nada irão ter.
Não há dúvida, até o ditador Mobutu tem mais consciência cívica e humana do que os políticos que mandam no nosso País.
Vergonha!!!!
E chamam a isto um regime democrático.
Manuel Abrantes
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2 — Os espoliados continuam a dizer que se sentem traídos pelos Governo. Acha que o actual Executivo também deveria fazer pressão junto do governo angolano para este ter a mesma atitude com os portugueses como teve com os alemães? Ou acha que o Governo prefere fazer elogios ao regime de Luanda.  Como comenta a gestão de todo este processo pelo Governo português? O que podera ser feito por Portugal?

Os espoliados dizem-se traídos e estão cheios de razão. Sou genro de um espoliado, pioneiro da colonização do norte de Angola, António Cordeiro de Oliveira. Com 13 anos rumou a Angola. Em 1921, com apenas 19 anos, fundou a povoação que é o concelho do Songo, distrito do Uíge. Grande empreendedor, criou um conglomerado de actividades de que faziam parte, entre outras coisas, quatro fazendas de café, casa comercial, farmácia, criação extensiva de gado, terrenos e habitações em Luanda. Tudo quanto ganhou foi investido em Angola, que considerava a sua terra, tendo também financiado a instalação de vários conterrâneos. Não transferiu um escudo para a metrópole, tal era a confiança e o amor por Angola. Abruptamente, em 1975, nas vésperas da independência, para salvar a vida, teve que fugir com a família: nem o dinheiro que tinha no banco conseguiu levantar. Chegou à metrópole tão pobre como tinha saído em 1913 e, até ao fim da vida, viveu de uma mísera pensão de velhice. Foi traído pelo governo de Angola, país a cujo desenvolvimento devotou uma vida inteira. Foi traído pelo governo português da época que, branqueando a história, quer fazer crer, aliás como os actuais, que foi feita uma “descolonização exemplar”. Foi traído por sucessivos governos portugueses de todas as cores políticas que, ignorando as suas responsabilidades, se alhearam do problema da indemnização aos espoliados. Alguns, como o governo do Senhor Professor Cavaco Silva, fingiram interessar-se pelo problema, tendo este criado um Gabinete de Apoio aos Espoliados, que nunca serviu para nada. Foi traído pela sociedade civil portuguesa que, depreciativamente rotulou de “retornados” os espoliados das províncias ultramarinas e, de alguma forma, até os segregou socialmente. Foi traído por uma fauna da “esquerda bem-falante” que, além de nunca nada ter feito por Portugal, não hesitou em afirmar que os espoliados tinham feito fortuna a roubar os pretos. Foi traído por uma Comunicação Social que é capaz de chorar lágrimas de crocodilo por Timor, mas que, genericamente, enterrou a cabeça na areia, como se o problema dos espoliados não existisse. Foi traído por pessoas como Joaquim Furtado que, na sua série televisiva sobre a guerra do Ultramar, não hesitou em diabolizar o regime político português e as nossas forças armadas e em, simultaneamente, glorificar os terroristas angolanos.
Como este colono exemplar, de quem ninguém de boa fé poderá dizer mal, muitos mais milhares de colonos foram igualmente traídos. Para eles nunca houve dinheiro para indemnizações, porque o dinheiro tem sido necessário para estádios de futebol, perdão de dívidas aos PALOP, subsídios à produção privada de filmes que ninguém vê (pelo menos um, sem imagem) e outros “negócios de Estado” que nada têm a ver com o interesse nacional: centenas de milhões de contos! E ninguém vai preso!
(Nota: esta segunda resposta foi publicada no jornal O Diabo em 26Ago2008)
Fernando Paula Vicente
Major-General da Força Aérea (Ref)

Comente essa Matéria ( 0 )http://www.aloportugal.org/arquivo.php?m=3&ano=2009   

3 comentários:

mimifaria disse...

Finalmente,pergunto eu, quando ser' efectivamente formada uma decisao para indeminizar-nos. Ja passados 40 anos e continua tudo num impasse e a protelar o assunto como tal numa tivesse existido. Sera que estao esperando que os mais idosos morream, infelizmente, muitos ja pereceram ou suicidaram-se. Os nossos herdeiros irao avante com esta reclamacao a que tem direito. Tenham vergonha e pudor nao pedimos mais do que temos direito.
Espero ainda esteja viva para comemora esta victoria e agradecer a todos por tras deste programa que tem lutado em nossa defesa para sermos devidamente indeminizados. Bem haja.Aida Maria Gomes da Silva pp Manuel Fernando da Silva Faria

mimifaria disse...

Finalmente,pergunto eu, quando ser' efectivamente formada uma decisao para indeminizar-nos. Ja passados 40 anos e continua tudo num impasse e a protelar o assunto como tal numa tivesse existido. Sera que estao esperando que os mais idosos morream, infelizmente, muitos ja pereceram ou suicidaram-se. Os nossos herdeiros irao avante com esta reclamacao a que tem direito. Tenham vergonha e pudor nao pedimos mais do que temos direito.
Espero ainda esteja viva para comemora esta victoria e agradecer a todos por tras deste programa que tem lutado em nossa defesa para sermos devidamente indeminizados. Bem haja.Aida Maria Gomes da Silva pp Manuel Fernando da Silva Faria

mimifaria disse...

Finalmente,pergunto eu, quando ser' efectivamente formada uma decisao para indeminizar-nos. Ja passados 40 anos e continua tudo num impasse e a protelar o assunto como tal numa tivesse existido. Sera que estao esperando que os mais idosos morream, infelizmente, muitos ja pereceram ou suicidaram-se. Os nossos herdeiros irao avante com esta reclamacao a que tem direito. Tenham vergonha e pudor nao pedimos mais do que temos direito.
Espero ainda esteja viva para comemora esta victoria e agradecer a todos por tras deste programa que tem lutado em nossa defesa para sermos devidamente indeminizados. Bem haja.Aida Maria Gomes da Silva pp Manuel Fernando da Silva Faria