terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A DESCOLONIZAÇÂO E O SEU IMPACTO

    O Programa do Movimento das Forças Armadas contemplava uma solução pacífica para o problema ultramarino e para a guerra colonial, reconhecendo o direito à autodeterminação dos povos. Deste modo, das primeiras medidas adoptadas pelos Governos Provisórios encontram-se as que dizem respeito ao fim das hostilidades e à abertura de um processo negocial que conduziria as Províncias Ultramarinas à independência.

    Se, enquanto Spínola se manteve à frente da Junta de Salvação Nacional, os progressos não foram evidentes, com excepção da Guiné-Bissau, cuja independência, oficializada no Acordo de Argel de 26 de Agosto, Portugal reconhece em 10 de Setembro de 1974,os governos liderados por Vasco Gonçalves aceleraram o processo de independência e descolonização.


    Relativamente a Angola, o processo negocial decorre com os três movimentos de libertação que eram reconhecidos: MPLA; UNITA e FNLA. Entre 10 e 28 de Janeiro de 1975 realizou-se a Cimeira do Alvor, tendo sido estabelecida a independência do território para o dia 11 de Novembro do mesmo ano.



Cimeira do Alvor

 

 Independência de Moçambique


   Relativamente ao processo moçambicano, Portugal acordou com a FRELIMO, no Acordo de Lusaca, a independência para o dia 25 de Junho de 1975.

    O apressado processo de descolonização, motivado, em primeiro lugar, pelas tremendas lutas política em Portugal mas, concretamente no caso de Angola, pelo início da guerra civil entre os três movimentos de libertação, levou ao êxodo de cerca de 350 mil portugueses, a maioria tendo como destino Portugal.



    De um momento para o outro, espoliados de terras que consideravam suas e de um território que entendiam também como seu, com a sensação de terem sido abandonados pelo governo português, cerca de 150 mil portugueses chegam a Lisboa, a bordo de aviões da TAP ou fretados a outras companhias, levando ao caos. Contudo, com relativa facilidade, estes retornados integrarão a sociedade portuguesa.

    Os primeiros tempos foram, todavia, bastante difíceis, visto que muitos retornados tiveram de sair apressadamente de Angola, sem qualquer tipo de bens, exigindo do Estado português a protecção que este não podia dar.


Retornados no Aeroporto de Lisboa

    A independência de Angola e Moçambique alterou profundamente o equilíbrio político da África Austral.

    Por um lado, deixou mais isolados os aliados tradicionais de Portugal na zona, a Rodésia e a África do Sul, países com regimes que consagravam a segregação racial. As lutas pela obtenção de direitos para as maiorias negras intensificam-se. Ian Smith, na Rodésia, é obrigado a ceder: em 1980, realizam-se eleições livres, que dão uma vitória esmagadora à maioria negra e a Robert Mugabe, que muda o nome do país para Zimbabué.

    Na África do Sul, há confrontos cada vez mais violentos com os partidários negros do fim do apartheid, ficando o país isolado na comunidade internacional

    Por outro lado, as guerras civis que tiveram início em Angola e Moçambique, patrocinadas pelas próprias superpotências, trouxeram uma instabilidade muito grande à região.




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