Portugal está em dívida para com os espoliados do Ultramar. Portugal tem o dever moral de pagar essa dívida, indemnizando as familias a quem, através de intensa propaganda na Metrópole, fez deslocar para as «colónias ou «províncias ultramarinas» como lhe queiram chamar, no primeiro caso, paulatinamente, e mais propriamente a partir da Conferência de Berlim (1885/1885) , depois, e com maior intensidade a partir de 1950 e sobretudo a partir de 1961.
Portugal está em dívida para com os espoliados do Ultramar. Portugal tem o dever moral de pagar essa dívida, indemnizando as familias , na sua maioria gente trabalhadora e despolitizada, que trabalhou duro e investiu na terra quanto ganhou, transformados que foram nos «bodes expiatórios» das experiências da colonização.
«Todos os países que tiveram colónias, indemnizaram os seus cidadãos, os portugueses investiram em Angola, venderam o que tinha no seu País para rumar para Africa e continuam a pedir que se faça justiça», destaca ao acrescentar: «O governo português, infelizmente, o que faz ainda é anti-pressão e elogio, procura por todos os meios passar para a opinião pública que não temos quaisquer direitos, ou que tudo tinha sido roubado e adquirido ilicitamente.... é precisamente porque estão vivas as figuras gradas que fizeram a descolonização que se pensa assim», lamenta Lucas Martins.
«Por que motivo os alemães vêem as suas fazendas devolvidas por Angola e nós portugueses continuamos a aguardar justiça há mais de 33 anos, senhor Primeiro-Ministro ?» É esta a pergunta que as duas associações de espoliados do Ultramar deixam ao Governo de Sócrates
Isabel Guerreiro
NOTÍCIAS vindas de Luanda dão conta de que o Governo angolano está a devolver dezenas de fazendas a cidadãos alemães que abandonaram o território africano por altura da independência, em 1975.
Segundo o jornal «Africa Monitor» «o incremento por que estão a passar as relações angolano-alemães é devido a uma política condescendente de Angola face a exigências da Alemanha, tendo em vista a devolução de fazendas de que cidadãos alemães foram desapropriados a seguir à independência do território»
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A notícia acrescenta ainda: «os processos de reclamação das fazendas, movidos pelos antigos proprietários alemães (ou herdeiros), vinham deparando com a dificuldade acrescida de algumas delas, em especial as situadas na província Cuanza-Sul, estarem ocupadas ou serem usufruto de personalidades da elite. A Alemanha alegou que os seus nacionais residentes no território à época de independência abandonaram Angola por razões de força maior —desordem violenta, que inclusive provocou mortes».
«Por que motivo os alemães vêem as suas fazendas devolvidas e nós portugueses não, senhor Pri-meiro-Ministro ?»
É esta a pergunta que as duas associações de espoliados gostavam de ver respondida pelo Governo de Sócrates.
Ou será que Portugal está interdito de alegar motivos identicos aos que a Alemanhã alegou? Má consciência perante os que deixou abandonados a uma guerra fraticida? Má consciência perante os que tiveram que partir e abandonar tudo?
É esta a pergunta que as duas associações de espoliados gostavam de ver respondida pelo Governo de Sócrates.
Ou será que Portugal está interdito de alegar motivos identicos aos que a Alemanhã alegou? Má consciência perante os que deixou abandonados a uma guerra fraticida? Má consciência perante os que tiveram que partir e abandonar tudo?
Só sente e continua a sentir o problema quem o realmente viveu, porque os que vieram a seguir ao 25 de Abril, os instalados no poder, estão todos bem, estão todos ricos e perderam a sensibilidade.
Conclusão pura e simples: o tempo vai passando, muitos dos espoliados já faleceram, outros vão falecendo... Já faltou mais do que falta para que os «donos» de Portugal possam definitivamente lavar as mãos, não a consciência, sobre este assunto!
-http://macua.blogs.com/25_de_abril_o_antes_e_o_a/2008/09/conhecido-o-pre.html
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