terça-feira, 8 de março de 2011

DESCOLONIZAÇÃO: MELO ANTUNES ROMPE O SILÊNCIO “ AS ACUSAÇÕES QUE SPÍNOLA ME FAZ CONSTITUEM MONTAGEM GROSSEIRA


          Ernesto Augusto Melo Antunes, tenente-coronel e conselheiro da Revolução, é, ao mesmo tempo, um dos homens mais conhecidos e um dos mais desconhecidos. Porque Melo Antunes foi elevado à categoria de símbolo. E de bode expiatório para os inimigos do processo da independência das ex-colónias e para os anticomunistas de vários matizes que não lhe perdoam ter vindo à Televisão em 25 de Novembro dizer, no fundo, que em nome da democracia o PC não podia ser eliminado. Foi Melo Antunes o teórico do “Grupo dos Nove”, opondo-se ao projecto inegemónico do PCP e tentando, depois contrariar, no plano internacional, a sua estratégia política. A direita colou-se-lhe, então, por razões de ocasião, uma parte da mesma direita que agora o ataca enquanto símbolo. E o PCP deixou de o atacar por razões opostas.            António de Spínola critica-o duramente no “País Sem Rumo” e diversos órgãos de Comunicação Social não cessam também de o atacar. Sem conhecimento de causa. Emocionalmente. A história do processo da descolonização não foi, porém, feita até agora. Por isso mesmo o EXPRESSO resolveu ouvir os intervenientes mais responsáveis por ela ao nível das cúpulas políticas de então. E não podia de deixar de ouvir Melo Antunes que continua a assumir toda a sua actuação. Como parece não assumir, por exemplo, Mário Soares que quisemos ouvir, mas não teve tempo para nos receber. Esperamos, entretanto, a oportunidade prometida.
Pedimos, por isso, a Melo Antunes que nos desse a sua versão de como correram as coisas, que se pronunciasse sobre o livro do general António Spínola, que pensa do comportamento de Mário Soares, de então e de agora e quais as suas relações com o PCP.
          Melo Antunes falou longamente da sua experiência e revelou alguns episódios até agora pouco conhecidos e alguns mesmo inéditos, entre eles, o encontro em Amesterdão entre ele próprio, Almeida Santos e Óscar Monteiro da FRLIMO. Situa, também, o célebre texto dactilografado que tanta admiração causaria no major Casanova Ferreira, se entendermos ao que sobre o assunto disse o general Spínola. E muito mais. A entrevista aí fica. Entrevista de um político-militar que continua a gozar de vasta audiência em diversos sectores do mundo africano. Uma entrevista que o EXPRESSO pensa fará história. A que outrAs certamente se seguirão – A. de C.   

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