------------ "RETORNADOS" ------------
..."Quando em 1974/75 Portugal começou a "descolonização exempar" das antigas colónias ultramarinas, os portugueses aí residentes foram obrigados a optar entre a "morte ou a fuga"! Foi assim que muitos vieram para a "sede da Pátria Lusa", e foram apelidados de "retornados"!
"Esse termo tinha na altura uma forte carga "descriminatória e humilhante"!
"Mas, note-se que este termo foi "arranjado" pelo próprio governo, com a criação do IARN ! E se é verdade que muitos desses portugueses retornaram a Portugal, muitos outros não retornaram! Retornar é voltar a..., regressar a ... e esses portugueses que tinham nascido e crescido nas colónias, acabaram por vir parar a Portugal e não retornar !
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"Os "retornados" sofreram privações de toda a espécie ! Foram apelidados de quase tudo, "morreram e foram obrigados a ressuscitar" e agora "olham para trás com uma paixão pelas suas terras, usos e costumes, que as palavras não conseguem, descrever" !
"A grande maioria dos retornados "deu a volta por cima" e são hoje fonte produtiva de Portugal ! Nos últimos tempos, cerca de 200 mil portugueses foram para Angola! Há já quem defenda a teoria de que o futuro de Portugal passa pela emigração para aquele país. Provávelmente, muitos desses portugueses são agora "retornados" naquela terra que ajudam a renascer ao mesmo tempo que ajudam Portugal, por razões óbvias!
"E assim, muitos "retornados", depois de espoliados, ainda vão ajudar Portugal...
" Obrigado aos "retornados" pelo que têm feito por este país !..."
--- (De : PEDRO CABEÇADAS -- em "FARO OESTE" --- (FARO , 17 de Junho de 2007) ----
CUMPRIU-SE O MAR E O IMPÉRIO SE DESFEZ... A História magoa. A independência das colónias forçou meio milhão de portugueses a tomarem parte numa ponte aérea que os desembarcou em Lisboa trazendo a amargura na bagagem e tendo de se adaptar a uma terra que, em muitos casos, não conheciam. Este blog fala de retornados, espoliados, de gente que perdeu as suas casas e os seus bens, e que, sem receber quaisquer indemnizações do Estado português, continuam nos seus sonhos a revisitar África.
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